A história de uma dieta restritiva...

Era uma vez uma manhã ensolarada, segunda-feira né?

Acordei cheia de esperança e determinação para enfrentar mais uma dieta. Resolvi seguir a risca a prescrição.

Olhei para o café da manhã e me deparei com um shot misterioso.

Sabe aquele momento em que seu estômago faz uma coreografia de repulsa? Parece que ele estava tentando dizer: "Cadê a comida de verdade? Eu sou uma piada para você?"

Mas, como uma verdadeira aventureira das dietas, segui em frente. Afinal, nada como começar o dia com uma experiência sensorial tão... inesquecível.

Determinada, segui, mas mal sabia que a dieta tinha planos mirabolantes para me testar.

Me senti uma exploradora, percorrendo cinco supermercados diferentes, procurando ingredientes exóticos que meu plano alimentar pedia. Acredito que minha nutricionista tenha um mapa secreto para esses tesouros gastronômicos. Nomes estranhos, super alimentos. Parecia que eu estava em uma expedição pelos corredores...

Se ao menos eles colocassem uma placa: "Atenção, aventureiros da dieta, aqui estão os itens que vão te deixar com um saldo bancário negativo!”

No almoço, a dieta revelou sua próxima armadilha contra a minha pessoa: "Low carb". Salada mais salada e mais salada e um filé de frango grelhado como companhia, o frango tentava se manter em pé como coadjuvante.

Será que eu, uma guerreira praticante de dietas aguentaria até o final do dia com esse "banquete" incrivelmente insuficiente e sem graça? Até o frango me desejou boa sorte nesse momento.

Segui.

Bom, me contaram que com foco, força e fé, conseguiria superar qualquer desafio, mas cá entre nós, porque o universo conspira contra nós, amantes dos carboidratos? O que os carboidratos fizeram de tão grave no mundo? Será que eles têm algum pacto obscuro com a indústria de dietas?

Esse almoço foi como uma festa miada em que os carboidratos não foram convidados. Eles ficam lá, olhando pela janela, desejando poder entrar e se juntar à diversão. Mas não, a dieta low carb fecha as portas e deixa os mais divertidos e animados do lado de fora.

Bom, com essa tentativa de dieta descobri uma habilidade que nem sabia que eu tinha: a de enxergar carboidratos onde eles nem existem! Uma pessoa pode olhar para uma nuvem e ver apenas uma nuvem, mas eu via pães, massas, batatas, doces e eles me mandavam beijos e acenavam para mim.

No lanche da tarde, a dieta o surpreendeu com uma opção "leve": duas castanhas do Pará + vários manipulados caríssimos + produtinhos orgânicos, sem glúten e sem lactose e, claro, sem dinheiro na carteira como brinde, porque né? Haja salário pra dar conta disso aqui, amigos.

Pensei “Ué, não tenho intolerância a lactose e nunca tive problemas com gluten”, mas é claro, eles devem ser a causa de todos os males do mundo, afinal, se a nutri falou, tá falado.

Olhei para esse lanche que não combina absolutamente nada com minhas tradições e preferências, aquele monte de cápsulas e suplementos que me senti uma aspirante a astronauta.

Desejei secretamente que as castanhas se transformem em um lanche gostoso, mas insiste mais um pouquinho na dieta. Afinal, quem precisa de prazer e satisfação quando se pode ter uma refeição que mais parece um experimento científico?

A noite chegou e, com ela, o jantar. E com o jantar, chegou minha fome arrebatadora.

Fui apresentada a um prato minúsculo com um peixe que mal cobria o fundo (tive que pesar as porções, grama por grama). Acredito que o peixe estava fazendo piadas internas sobre minha situação.

No final do dia estava faminta e frustrada. Eu só queria seu arroz com feijão, meu pão quentinho. Cedi à tentação e comecei a caçar qualquer coisa que estivesse fora do plano, o que tivesse disponível em casa, como se eu estivesse participando de uma competição de "encontre o alimento proibido".

Exagerei, eu mesma fiz a festa e chamei os carboidratos que foram ignorados antes. Mas foi tipo aquela festa digna de uma ressaca horrível.

Poderia ter sido uma festa mais tranquila, mas a fissura que cresceu dentro de mim rendeu um belo de um exagero.

Podia ter sido flexível e deixado todos os grupos alimentares e todos os alimentos que eu gosto encherem meu dia de nutrição e prazer, mas fui vítima da cultura da dieta.

Sua segunda-feira pode ser diferente!

Você não precisa de uma dieta restritiva.